sábado, 6 de dezembro de 2008

Passageiro

Naquela manhã, ao sentir os olhos pesados e ficar assistindo à passagem dos carros, me lembrei do efêmero.
De madrugada havia relutado em ir para cama e, agora, o que eu não daria por uma, nem precisava ser a minha. Podia ser uma, aqui mesmo no ponto. Pensei e anotei: cama no ponto.
Passou um cara por mim e deu bom dia. Não respondi. Mania de achar que cumprimento assim, de quem não conheço, é cantada. Bons modos também são passageiros. Mas, na dúvida, seria melhor cumprimentar.
Agora, dentro do ônibus, finalmente. Sim, finalmente todos passageiros. Há uma moça ao celular discutindo a relação com o namorado sob os ouvidos atentos dos outros. Ela podia fechar esse meu texto mental, quando disse: "Então amor, eu te entendo hoje, só não sei até quando." Arqueei a sobrancelha naquele gesto instintivo de "interessante" e pensei que o passageiro também se anuncia.
"(...)Tutto cambia, il tempo tutto nel mondo (...)" cantei pra mim mesma. A paciência, a beleza, o colorido, o preto e branco, a dor, o sono...
Alguma nova conclusão?
Algumas coisas voltam. Vão e voltam. É constante na inconstância.
E o que fica é outra história e eu não tô afim de falar disso agora. Tá na hora de descer.

[Fernanda]

Um comentário:

Darla disse...

[i]"Algumas coisas voltam. Vão e voltam. É constante na inconstância."

E se voltam é porque nunca se foram, não é mesmo amiga?!

Amo-te, amo ler esse blog...me ler no que escreve pois sempre escreve por você e por mim também!

bjos