sexta-feira, 28 de junho de 2013

e não há dúvida de que as palavras são os melhores presentes...



          Entalo poético (feito por Jéss, minha amiga flor)

Sentimentos imbuídos entalaram de palavras a moça... Eu poderia dizer que eles entalavam a moça de palavras, isso também faz sentido.
Ela tossia, tossia, e nada, até chegou a tomar um chá da vovó, mas as palavras na garganta da moça ficavam se empurrando e se ajeitando em várias filas, confusas em saber qual sairia dela primeiro. Deveriam talvez ser as palavras com gosto de trabalho café, mas as de chocolate com os amigos teimavam em sair primeiro, só por serem mais doces e alegres achavam que ficariam sempre mais bonitas em uma poesia, mas as palavras de café sem açúcar diziam que “não,  vida não é feita só de doces, ela precisa falar das coisas amargas para desengasgar” e as palavras de tamarindo concordavam ouriçadas e altivas, pois os azedos estavam desejosos em sair lá de dentro e serem misturadas à doce essência daquela moça para moldarem-se em uma rima poética.
Eis que o sol despontou mais uma vez no mar, e como toda a passarada acorda festejante de raios amarelos, o sanhassu morador do coração da moça não foi diferente, sacudiu suas peninhas azuis acinzentadas e pôs- se a cantar e bicar palavras. As apavoradas palavras não discutiram mais nada e misturancorrendo, doce com amargo e amargo com azedo e cítrico com açucarado saíram depressinha do coração da moça até suas mãos delicadas.
Assim nasceu no dia um prato de palavras bem casadas. Viva os noivos! Viva o padrinho sanhassu rei da passarada!

Jéss.

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